A resistência antimicrobiana é um assunto recorrente desde 2012 quando no estado americano de Kansas uma criança foi internada no hospital com sintomas de tuberculose.
Em pouco tempo, os médicos responsáveis pelo caso descobriram que a cepa de bactérias por trás do quadro da criança era imune aos tratamentos usados.
Mas, do que se trata essa resistência antimicrobiana e porque devemos nos preocupar? Já que esse assunto tem uma certa recorrência em pesquisas, separamos um conteúdo especial que detalha todos os pontos importantes acerca do assunto.
Quer saber mais sobre o tema? Então continue a leitura a seguir!
Sobre o caso no Kansas
Após a descobertas dos médicos sobre a resistência das bactérias aos tratamentos, outros casos de cerca de 12 pessoas foram mapeados.
Em linhas gerais, a resistência antimicrobiana (RAM) acontece quando os microrganismos passam a responder menos ou até mesmo não respondem aos tratamentos medicamentosos após uma evolução.
Vale destacar que em todo o mundo esse processo está em ascensão e já foi o principal problema causador da morte de quase 1,3 milhões de pessoas apenas em 2019. Ou seja, a RAM já tornou-se uma causa de mortes muito maior do que a malária e a Aids. Estudiosos ainda destacam que é esperado que a situação se intensifique ainda mais nos próximos anos.
“A resistência antimicrobiana é realmente uma crise global que requer ações urgentes”, disse Jacqueline Alvarez, chefe da Divisão de Produtos Químicos e Saúde do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). “De profissionais de saúde a veterinários, formuladores de políticas e ao público em geral – todos devemos nos educar sobre os perigos da resistência antimicrobiana e intensificar os esforços para a evitar.”
E o que é a resistência antimicrobiana?
A resistência antimicrobiana (RAM) acontece quando microrganismos, como bactérias, vírus, fungos ou parasitas, desenvolvem resistência aos medicamentos antimicrobianos que antes eram eficazes contra eles. Quanto maior a exposição desses microrganismos a fármacos, como os antibióticos, maior é a chance de eles se adaptarem e se tornarem resistentes.
Principais fatores da doença
Um dos principais fatores destacados por especialistas é o uso recorrente e excessivo de antibióticos na medicina humana e na agricultura. Ou seja, é comum que, em alguns casos, os antibióticos sejam prescritos sem necessidade ou, muitas vezes, sejam utilizados de forma inadequada.
Além disso, há o uso excessivo de antimicrobianos na agricultura e na pecuária, seja para promover o crescimento em um curto espaço de tempo ou até mesmo para prevenir doenças nos animais.
É evidente que tudo isso contribui não apenas para o surgimento, mas também para a disseminação da resistência antimicrobiana.
Por fim, outro fator que tem impulsionado a resistência antimicrobiana é a poluição proveniente de setores farmacêuticos, agrícolas e de saúde, além dos resíduos urbanos.
Desenvolvimento do mundo e a resistência antimicrobiana
A pobreza, combinada com a dificuldade de acesso a serviços de saúde, contribui significativamente para o avanço da resistência antimicrobiana.
Em países em desenvolvimento, especialmente em comunidades de baixa renda e áreas informais, a ausência de diagnósticos precisos frequentemente resulta no uso inadequado ou excessivo de medicamentos antimicrobianos.
Além disso, a carência de água limpa e sistemas de saneamento básico deixa essas populações ainda mais expostas a infecções, criando um ambiente propício para a propagação de doenças.
Propagação da RAM e estado do meio ambiente
A cada dia surgem novas provas de que o estado do meio ambiente desempenha um papel de grande importância na propagação e na disseminação da resistência antimicrobiana.
Além disso, a proliferação está associada à tripla crise planetária das mudanças climáticas, perda da natureza e biodiversidade, e poluição e resíduos.
Por exemplo, o aumento das temperaturas, tempestades e enchentes pode favorecer a disseminação de doenças causadas por bactérias, vírus, parasitas, fungos e vetores.
Fenômenos climáticos extremos também podem sobrecarregar as estações de tratamento de esgoto, resultando no despejo de águas residuais sem o devido tratamento. Essas águas, ricas em micróbios resistentes a antimicrobianos, podem acabar contaminando comunidades próximas.
Da mesma forma, os resíduos líquidos contendo medicamentos, provenientes de hospitais, indústrias farmacêuticas e instalações de produção animal, contribuem para o agravamento da resistência a medicamentos antimicrobianos.
Combate a resistência antimicrobiana
Os antimicrobianos desempenharam um papel fundamental na medicina moderna, salvando incontáveis vidas.
No entanto, é preciso utilizá-los com maior responsabilidade. Médicos e outros profissionais da saúde devem prescrever antibióticos apenas quando forem realmente necessários, assegurando que a dosagem e o tempo de tratamento sejam adequados.
Da mesma forma, o uso indiscriminado de antibióticos em práticas agrícolas e na pecuária precisa ser rigorosamente controlado.
É essencial que os países adotem a abordagem One Health, que reconhece a interconexão entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental.
O ditado popular “prevenir é melhor do que remediar” se aplica perfeitamente ao combate à resistência antimicrobiana.
Investir em prevenção, como melhorias no acesso à água potável, ao saneamento básico e às práticas de higiene, combinado com a implementação de regulamentações nacionais e internacionais mais rígidas sobre a venda e o uso de antibióticos, pode ser uma estratégia poderosa para frear esse problema global.
Responsabilidade do governo para com o combate da RAM
A resistência antimicrobiana é um desafio que afeta o mundo inteiro, tornando a colaboração internacional entre as nações indispensável.
A criação de planos de ação nacionais que envolvam diferentes setores da sociedade é uma etapa essencial nesse combate.
Além disso, os países precisam unir esforços para desenvolver estratégias conjuntas, promover o compartilhamento de informações e monitorar tanto o uso quanto a resistência aos antimicrobianos.
No entanto, superar a crise da RAM não é uma responsabilidade exclusiva dos governos. Empresas farmacêuticas, a indústria química, órgãos reguladores, administrações locais, profissionais e estudantes das áreas de saúde humana e animal, pesquisadores e a sociedade em geral têm papéis fundamentais nesse esforço coletivo.
Já você, uma das únicas formas de evitar problemas como esses é procurar um médico de sua confiança e mantendo os seus exames sempre em dia, assim como uma alimentação balanceada.
Agende agora mesmo uma visita ao Instituto Atenas e conheça a nossa equipe médicas e instalações modernas em Joinville